Inglês Britânico ou Americano: Qual é Melhor para Estudar?
- Professora Ana Paula Ferreira
- Nov 12, 2024
- 3 min read
Updated: Nov 20, 2024

Essa é uma pergunta comum que muitos estudantes fazem ao escolher um curso ou professor de inglês. Embora alguns tenham preferência por um ou outro, geralmente se atribui mais importância a essa escolha do que realmente necessário. Afinal, apesar das diferenças na pronúncia e vocabulário, a estrutura básica do inglês permanece a mesma em ambas as variações.
Ao aprender inglês como língua estrangeira, desenvolvemos uma forma de linguagem própria, conhecida como interlíngua, que reflete a influência de nossa língua materna e das interações cotidianas que temos com o inglês.
Qual Inglês Escolher para Estudar?
O inglês britânico e o americano possuem algumas diferenças marcantes que podem influenciar o estilo de aprendizado e preferências pessoais.
1. Pronúncia e entonação:
A pronúncia é talvez a característica mais notável. No inglês britânico (particularmente o "Received Pronunciation", falado no sul da Inglaterra), o som é mais fechado e, para muitos, soa formal e preciso. Algumas vogais, como em "dance" ou "bath", são mais alongadas e abertas no britânico em comparação com o inglês americano, onde tendem a ser mais curtas.
No inglês americano, especialmente na versão falada nos Estados Unidos, a pronúncia tende a soar mais relaxada e direta, com entonação mais suave. A pronúncia do “r” é um exemplo claro: ele é bem pronunciado no final das sílabas e das palavras no inglês americano ("car"), mas quase não se ouve no britânico.
2. Vocabulário e expressões comuns:
Outra diferença entre as duas variantes é o vocabulário. Há palavras comuns que variam de uma forma para outra: no britânico, usamos “flat” para apartamento, enquanto no americano usamos “apartment”. No Reino Unido, você vai ao "cinema" e usa o "lift" (elevador), enquanto nos EUA você vai ao "movie theater" e usa o "elevator". Além disso, expressões cotidianas diferem; por exemplo, o britânico “cheers” pode significar "obrigado" ou “adeus”, algo pouco comum no inglês americano.
3. Ortografia:
A ortografia também é diferente em vários casos. No inglês americano, palavras como "color", "favor" e "honor" omitem o "u" que vemos no inglês britânico ("colour", "favour", "honour"). Palavras terminadas em "-ise" no britânico (como "organise" e "realise") geralmente terminam em "-ize" no americano ("organize", "realize"). Essas diferenças podem parecer sutis, mas são notáveis em textos escritos e até em documentos oficiais.
4. Gramática e uso de tempos verbais:
Embora a gramática básica seja a mesma, há pequenas diferenças no uso de tempos verbais. No inglês britânico, é comum usar o presente perfeito para situações recentes, como em "I've just eaten". No americano, o simples passado também é bastante aceito: "I just ate". Além disso, certas preposições variam: no britânico, é mais comum dizer "at the weekend", enquanto no americano dizemos "on the weekend".
O Que é Melhor para Brasileiros?
Nós, brasileiros, temos grande contato com a cultura americana, especialmente por meio de filmes e músicas, o que nos familiariza mais com o inglês americano. Por outro lado, muitos estudantes relatam que o inglês britânico soa mais claro e é mais fácil de entender, pois aparenta ser mais lento e articulado.
Alguns cursos de inglês utilizam materiais focados no inglês americano, enquanto outros preferem o britânico. Embora isso possa influenciar a experiência de aprendizado, não deve ser visto como um fator decisivo, pois muitos elementos contribuem para a formação do nosso inglês.
Como professora brasileira, gosto de dizer que ensino um "inglês brasileiro", aprendido e praticado com sucesso em diversas situações ao redor do mundo. O que quero dizer com isso é que, como brasileiros que aprendem inglês na vida adulta, nossa fala dificilmente será exclusivamente britânica ou americana. Podemos nos comunicar de forma precisa e com boa pronúncia, mas sempre com traços de nossa origem linguística e cultural. Basta pensar nos estrangeiros que vivem no Brasil: mesmo após anos, a maioria ainda mantém características de suas línguas nativas.
Conclusão: Britânico ou Americano?
Não há uma versão do inglês que seja "melhor", "mais correta" ou "mais fácil". Diversos países têm o inglês como língua oficial, e cada um traz suas próprias variações. O importante é compreender que existe um "inglês internacional" – aquele que todos falamos para nos comunicarmos globalmente. Esse inglês apresenta características únicas que refletem a cultura e o idioma de origem de cada falante.
Assim, como estrangeiros, falaremos um inglês que nos permita expressar nossas ideias de forma clara e compreensível, sem esconder nossa origem. A singularidade de nossa comunicação é o que torna a língua viva e, ao final, nos conecta com o mundo de forma autêntica.
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